quinta-feira, 24 de julho de 2008

Diário de gravação...

(Publicado em 21/01/2005)
Pois é galera, já faz um ano que o Aquiles gravou a Batera do Temple of Shadows, que foi segundo ele, o disco mais trabalhoso que já fez. Na minha opinião o trabalho ficou sensacional, ele, sempre perfeccionista, tocou como nunca. As pegadas rápidas ficaram perfeitas, principalmente Angels ans Demons (que por sinal é a música que ele mais gosta de tocar) e The Temple of Hate! Dá pra entender o motivo dele ser chamado de "Polvo" né!? Pra entender um pouco do que rolou durante a gravação leiam o Diário escrito por ele em 24/01/04:

Fala Galera, tudo bem?
Algumas pessoas me disseram que eu deveria fazer um diário mais completo da gravação das baterias do novo disco do Angra e aqui estou para fazer isso...

Na verdade a maratona começou no início de novembro, quando começamos a aprender e ensaiar as músicas novas. Nós ensaiávamos mais ou menos 8 horas por dia, inclusive aos sábados. Ainda em novembro, fizemos uma DEMO com todas as músicas e enviamos para o Dennis. No início de dezembro começamos a pré-produção e fizemos um monte de alterações nas músicas e a carga horária permanecia a mesma, mas agora também ensaiávamos aos domingos. Entre o Natal e Ano Novo tivemos um rápido intervalo, pois as gravações começariam no dia 2 de janeiro.

Na verdade eu não tive esses dias para descansar, porque fui passar o final do ano em Porto Alegre e levei todo o equipamento necessário para finalizar os meus arranjos no Estúdio Cidade Baixa. Consegui montar toda a minha parafernália e dessa vez a carga diária passou para somente 4 horas. Eu já estava praticando com a guia que eu usaria para gravar e isso facilitou bastante a minha familiarização com as novas músicas e com os meus arranjos.

No dia 1 de janeiro saí de Porto Alegre por volta das 14h00 e cheguei em São Paulo às 5h00 da manhã, pois para levar todo o equipamento necessário para continuar os ensaios eu pagaria muito excesso se fosse de avião... Dormi um pouco e às 14h00 eu peguei o Dennis no Hotel e fomos para o Mosh. O Marquinhos, meu técnico de bateria que também é conhecido como "Mogli o Menino Lobo", já estava lá só esperando nós definirmos o local da montagem da bateria para ele começar o trabalho dele. Após algumas voltas pela sala batendo palmas, o Dennis escolheu o lugar e começamos o processo de montagem e afinação da bateria. Trocamos todas as peles e colocamos em todos os parafusos de afinação um produto chamado "veda roscas", que também é muito usado por encanadores para eliminar vazamentos nas roscas das torneiras. Nesse caso, usamos esse material para fazer com que afinação da bateria não sofresse nenhum tipo de alteração durante a execução das músicas. Esse é um procedimento que sempre faço durante as gravações.

Como vocês puderam ver, nas fotos da gravação, atrás da bateria tem uns "tapumes" para direcionar mais o som da bateria para o mesmo lugar, pois como a sala era uma pouco pequena para os padrões do Dennis, ele colocou um "P. A. System" dentro da sala e amplificou a bateria para que eu tocasse como se estivesse fazendo um show. Isso além de melhorar muito o som da bateria (pois tinham alguns "overs" para captar esse som "alive e amplificado"), também me deixava muito mais à vontade para tocar, pois é exatamente assim eu toco diariamente no Centro de Orientação Musical, onde dou aulas aqui em São Paulo.
Começamos a microfonar a bateria por volta das 19h00 do dia 2 e enceramos o trabalho lá pelas 23h00. No dia seguinte, retomamos a passagem de som às 10h00 e após testar o som e as peles em 3 caixas de profundidades diferentes o som ficou pronto às 17h00 do mesmo dia. Ainda no dia 3, consegui gravar duas músicas e encerramos novamente por volta das 23h30.

Ao todo, foram 7 dias para finalizar todas as músicas e eu tocava entre 6 e 8 horas por dia. Mais que isso as minhas pernas não agüentavam... A pegada já não era mais a mesma... O Dennis dizia que eu era meio louco, porque eu só saía do estúdio quando acabava de gravar as músicas que estavam na escala do dia. Ou seja, nós iniciávamos geralmente às 14h00 e eu ficava lá dentro mais ou menos até às 22h00, sem sequer ir ao banheiro. Eu prefiro assim, pois fico mais concentrado e acho que consigo render mais quando estou bem aquecido.

Eu tenho algumas manias... Eu sempre mantinha um pano úmido perto dos pedais dos bumbos para manter os meus pés com uma boa aderência quando tinha que tocar as músicas que eram mais rápidas. Ah, também falei para os técnicos do Mosh, que ninguém podia mexer nas baquetas que eu ia usando com o passar dos dias,porque aquele monte de baquetas ficava na posição que eu jogava quando elas iam perdendo o timbre e/ou quando quebravam e isso não deveria ser mudado... Mania é mania, e isso não tem explicação. Faço a mesma coisa nos períodos dos ensaios e pré-produção.

A gravação foi bem tranqüila e fiquei muito satisfeito com o som da bateria. Tenho certeza que esse disco irá surpreender a todos no sentido mais amplo dessa palavra e também tenho certeza que vocês irão gostar muito das novas músicas. Agora a galera está toda concentrada gravando as guitarras e os baixos e muito em breve iniciaremos os vocais. Eu tenho passado lá no estúdio para ver os caras gravando e agora as músicas estão soando ainda melhores... Acho que até nós ficaremos surpresos com o resultado final...

É isso aí, o Aquiles estava certo, o TOS nos surpreendeu!!! E parabéns mais uma vez, o disco ficou perfeito...

Alguns Trechos de Entrevistas com o Aquiles...

(Publicado em 19/01/2005)

Entrevista revista Batera 10.2004 - Por Mariana Souza

A parte instrumental de Temple Of Shadows foi muito bem trabalhada e está bastante refinada. E dois instrumentos, o baixo e a bateria, que no Rebirth estavam meio “escondidos” estão bem na cara nesse disco. Em que momento do processo isso foi decidido?

“Não precisei mais submeter meus arranjos à aprovação da banda, cada um ia fazendo suas partes, lógico que sempre pensando no contexto musical” Quando a banda estava começando a fazer as músicas novas, já tinha uma vaga idéia do que queria fazer. No Rebirth o grupo precisava mostrar que tinha voltado, que a essência do Angra estava mantida. Mas, ao mesmo tempo, não podia soar tão diferente dos discos anteriores. Por essa razão, eu me senti muito mais preso ao passado do Angra e não pude tocar exatamente como queria aquelas músicas. E também acredito que muita coisa dos arranjos que mostrei naquela época, não foi bem aproveitada. Ou na hora da mixagem as partes não ficaram exatamente como eu gostaria. No momento em que estávamos compondo esse disco, vimos o direcionamento que estávamos tomando. De certa forma, bem no início, a banda já sabia que precisaria fazer uma coisa nova. Foi uma surpresa para todo mundo quando pegamos a primeira demo pronta e o Dennis ( Ward, produtor ) ouviu as músicas. Ele comentou que parecia outra banda, com novas idéias, mas com a marca do Angra. Ele disse que seria mais difícil gravar aquele material porque teríamos de estar muito bem preparados. O Dennis percebeu também que queríamos fazer uma coisa mais pesada, com espaço para tudo. Por isso, dessa vez, nesse disco, toquei o que eu quis. Não precisei mais submeter meus arranjos à aprovação da banda, cada um ia fazendo suas partes, lógico que sempre pensando no contexto musical. Acabou saindo esse resultado fantástico que a banda conseguiu depois de quase um ano e meio, desde que começamos a trabalhar nas músicas.

Algumas faixas do novo disco transitam numa atmosfera mais progressiva. Esse tipo de mudança foi planejada ou aconteceu naturalmente?

“Muitas vezes perdíamos até quatro horas para tirar o som de um só tambor para conseguir o que eu queria” Uma coisa engraçada é que essas músicas ficaram mais curtas para o disco. Na versão demo, elas tinham muito mais viagem (risos). Fomos encurtando as partes.Arrumamos uma maneira de colocá-las no CD porque percebemos que aquilo era uma obra inteira. Se tirássemos alguma coisa, ia fazer falta. Uma faixa que retrata bem a nossa liberdade de expressão é a “Shadow Hunter”. Ela é progressiva ao extremo. O começo dela tem uma forte influência da música flamenca, e no meio uns coros meio Yes. Falando assim, parece impossível estar tudo na mesma música.Cada vez que escuto nosso novo CD, fico superfeliz pelo resultado inteiro".

A parte rítmica desse disco está, sem dúvida, muito valorizada. Como foi a sua preparação para essa gravação, que exigiu muito mais de você se comparado ao Rebirth ?

“Certamente esse foi o disco mais trabalhoso que já fiz em toda minha vida, e eu posso dizer que o som da bateria seguiu o conceito das músicas” A primeira música que pegamos para trabalhar foi “Angels and Demons”, que é a mais rápida. E a próxima foi “The Temple Of Hate”, que é a segunda mais rápida. Conforme eu ia pegando as composições, pensava na dificuldade de gravar o disco. Isso porque nem sempre a performance realizada ao vivo é satisfatória dentro do estúdio porque ali, um momento é registrado para sempre. Uma das coisas que me ajudou bastante em relação a Rebirth foi que, depois desse disco, posso dizer que sou outro baterista porque fiz mais de 130 shows, melhorei a minha pegada, a precisão, a resistência e agora tenho mais experiência em estúdio. Sei o que funciona ou não na hora de gravar.A princípio, tínhamos 14 dias para gravar a batera. Mas terminamos em sete. Outra coisa que fiz bem diferente em relação à gravação do Rebirth, foi que comecei pelas músicas mais difíceis. Isso me fez bem. Conforme os dias iam passando, eu sabia que o mais difícil já estava pronto. É bem natural que a cada dia que você grave, vá ficando mais cansado. Se deixar as mais rápidas e técnicas para o final, você vai penar mais".

Vocês pretendem lançar um DVD desse disco novo?

"Vamos gravar alguns shows ao vivo mas só no final da turnê, que é quando as músicas já estão mais “amaciadas” e também porque ainda não sabemos a reação das pessoas com relação às canções escolhidas para serem tocadas ao vivo. Com o tempo, o público já vai conhecer mais esse trabalho e vai participar mais nos shows. O nosso único DVD foi gravado na 18º apresentação da banda com a formação atual. Foi meio arriscado porque nunca tínhamos tocado juntos, e em tão pouco tempo o grupo já estava gravando o primeiro DVD. Fizemos alguns shows com as músicas de Temple... E foi demais, algumas coisas vazaram pela internet porque o disco foi lançado primeiro no Japão. Quando executamos essas canções, deu para perceber que o público quis ouvir com mais cuidado, queria ver exatamente o que estava rolando no palco. Na minha opinião esse CD vai elevar a banda um outro patamar porque como estamos há mais tempo juntos, soamos muito melhor. Naturalmente, depois de tanto tempo, individualmente cada um está tocando melhor tanto ao vivo como em estúdio. Se fosse usar uma palavra para definir o resultado desse trabalho, seria superação. Todo mundo, em todos os aspectos, conseguiu melhorar".

Bate-Papo no site da AOL -10.2004
Pergunta: Como fez para aprender a tocar assim? Parecia que tinha uns 10 bumbos...
Aquiles: Eu fico sem graça quando as pessoas falam do meu desempenho. Geralmente, quando eu estou gravando, eu tenho uma idéia da música como um todo. Agora, as viradas, eu procuro criar na hora. Pelo fato de eu sempre ter estudado bastante técnica, ouvido muitos discos de batera técnica, a coisa flui. Pra mim é difícil tocar uma coisa reta. Para tocar ao vivo eu tenho que estudar na hora.

Pergunta: Vocês gostariam de fazer uma turnê com alguma banda em especial, com quem vocês nunca tocaram?
Aquiles: Seria muito legal fazer uma turnê com o Dream Theather. Ou Blind Guardian, que seria mais metal melódico. É lógico, tocar com Metallica e Iron será bacana.

Pergunta: Aquiles, você deixou o cabelo crescer naturalmente ou fez algum tipo de implante, sei lá!?!
Aquiles: Deixei crescer o cabelo mesmo. É tipo capim. Se você ficar encanando com ele... Eu só deixei ele crescer. Eu não fiz implante nenhum. Cresceu muito mesmo.

Pergunta: Que musico que você não conhece ainda, mas gostaria de conhecer pessoalmente?
Aquiles: Deen Castronovo. Esse cara é um sonho. O dia que eu conhecer ele, vou cair de costas.

Pergunta: Porque vocês não estão tocando músicas do Hunters and Pray nos shows?
Aquiles: A gente mudou o repertório nesses shows que a gente fez agora. No caso do Hunters, a gente não concluiu nada porque as duas músicas que a gente já tocava são parecidas com as novas.

Pergunta: E quanto ao seu trabalho no Hangar? Quando a banda vai gravar um álbum novo? E quando o Hangar vai vir a Belo Horizonte?
Aquiles: O Hangar já tem um disco inteiro pronto, as músicas estão bem legais. Eu me surpreendi bastante com o resultado. A gente compôs as músicas em fevereiro, eu tinha gravado com o Angra fazia um mês. Eu fiquei surpreso com a demo. As linhas de batera estão incríveis. O Fábio definitivamente se incorporou na banda. Esse disco vai ser muito legal, infinitamente superior ao anterior. A gente vai gravar em janeiro.

Autógrafo do Aquiles...

(Publicado em 17/01/2005)

Bom gente vocês já viram como o autógrafo do Aquiles é interessante e diferente? Digo mais, bastante criativo também, dêem uma olhada...

Encarte do Rebirth...
Capa do DVD, ficou escuro , aí tá escrito : Aquiles p/ Michely um grande beijo (legal né!rsrsrs...)

Esse é o autógrafo da Andréia...dá pra ver bem direitinho...!

E então?Deu pra entender alguma coisa...?

Fiquem agora com os esclarecimentos...

O Aquiles escreve o seu nome em forma de ONDA, primeiro o "A", abaixo dele o "Q", do lado do q ele põem o "U", acima o "I", do lado o "L", abaixo do l ele põem o "E", depois completa com um "S" bem grande, e termina com o desenho de duas baqueta, uma em pé e outra deitada e logo abaixo uma caixa (eu acho)

Gostaram da explicação? Esperamos que sim!