(Publicado em 19/02/2007) Como vocês já sabem, estamos em turnê pelo Japão e agora vou ter que me concentrar numas coisas meio bizarras que aconteceram nessa última parte da tour japonesa.
A primeira delas foi quando ainda estávamos em Sapporo, onde estava tão frio que até os pelos da ponta do dedão do pé arrepiavam... Ainda na primeira noite, o Fábio, o André (Tour Manager) e o Bussano (Técnico de Guitarra) saíram em busca de um bar para tomar alguma coisa e ficaram sabendo, através de uma conversa com alguns estrangeiros, que no Japão existia uma brincadeira bem estranha, que consiste em juntar as duas mãos tentando imitar uma arma e enfiá-las na bunda da pessoa mais próxima gritando “Kanchu”!!! E quando os caras estavam voltando do bar, o André resolveu fazer um teste num grupo de moleques que estavam vindo na direção deles e preparou o dedo em forma de arma e disparou o grito "Kanchu"!!! Imediatamente os moleques se encostaram à parede para esconder as bundas com uma cara de espanto que deveria querer dizer: - Caralho, como é que esses macacos sabem disso? No dia seguinte, quando eles me contaram a história, numa fração de segundos essa seria a brincadeira mais divertida com todo mundo que encontrávamos pelas ruas.
A segunda delas foi quando o Felipe (que é bastante adepto de esportes radicais) se aventurou num frio de menos 5 graus, a ir praticar snowboarding e acabou caindo (ainda no carrinho do teleférico) e machucando um pouco a boca, levando quinze pontos fora da boca e mais três por dentro. Quando fiquei sabendo que ele tinha se machucado, lembrei-me que no dia anterior ele tinha me convidado para ir junto e eu prontamente respondi que achava que era um pouco perigoso... Mas nunca pensei que isso poderia acontecer. Quando ele chegou ao local do show, ficou aquele clima meio estranho de só ficar se olhando sem saber o que dizer para ele. Ele estava com a boca muito inchada, preferiu tocar de máscara que parece dentista. Na verdade essas máscaras são bastante usadas no Japão no inverno para cortar o frio, então seria um bom disfarce. Enquanto todos já se encaminhavam para o palco, pedi para o Marquinhos me dar uma daquelas máscaras para ser solidário ao meu parceiro de banda desde a época da banda Di’Anno. Agüentei tocar duas músicas e quando ele me viu com a mesma máscara, percebi que ele tinha entendido que com aquele ato eu estivesse dizendo: - E aí brother, isso deve estar doando pra caralho, hein? No final do show fiz questão de estender a mão para ele antes de sairmos do palco num gesto que na minha linguagem quis dizer: - Valeu pelo seu ato, pois tenho certeza que se fosse qualquer outro “cuzão”, teria pedido para cancelar o show.
Quando voltamos para o hotel, me lembrei de mais uma brincadeira antiga, que há muito tempo eu não fazia, ir à frente da escada rolante e trancar a passagem na hora de sair, deixando os caras de trás irem se amontoando até todos caírem... Como vocês podem ver nas duas fotos, tem a hora que estou trancando todo mundo e depois a bugrada toda no chão...