"Esse sujeito, Aquiles Priester, me intrigou desde a primeira vez que nos encontramos, num ensaio para as gravações do disco Nomad, do Di'Anno. Logo de início avistei um enorme bag de pratos, em couro, com um PRIESTER bordado em amarelo. Pensei, "esse aí é fã mesmo do Judas Priest!". Logo vim a descobrir que esse era o nome dele mesmo, e nem era artístico, mas sim real. A primeira palavra que sempre me vem à cabeça quando penso no Aquiles é perfeccionismo. A segunda seria, provavelmente, obstinação. Um cara totalmente focado em crescer, conquistar, expandir seus horizontes. Aparecia sempre em trajes sociais, com pinta de executivo (eu ia dizer bancário, mas resolvi pegar leve...), de óculos e tudo, e num piscar de olhos já estaria de bermudas da Adidas e camiseta, pronto pra fazer o Metal acontecer, como se não houvesse amanhã.
Todo o seu perfeccionismo se refletia na sua maneira de tocar, muito preciso, metódico, meticuloso. O kit então, não poderia estar nem um milímetro desalinhado; os pratos, sem qualquer resquício de resíduos humanos. Tudo muito limpo, organizado, Aquilizado. Mas tudo fazia sentido, pois o som que saía dali era realmente impressionante, e se esse ritual todo resultava nisso, pra que discutir?
Enquanto baixista, encontrei nas levadas do Aquiles um novo desafio. Com um approach muito próprio, uma maneira diferente de encarar a bateria, ele me forçava a acompanhá-lo nas mais intrincadas empreitadas rítmicas, com velocidade sempre acima do limite. Que tarefa acompanhar esse cara! Hoje em dia sinto que tocar com ele me tornou um baixista muito mais preciso e ágil, sem sombra de dúvidas.
Na estrada, muitas vezes dividimos, além do palco, o mesmo quarto. Então pude perceber que ele era realmente muito mais louco do que eu podia imaginar! Pra tudo existe uma ordem, um ritual específico, uma regra do “livro de Aquiles”. Com o tempo pude aprender algumas delas, o que acabou harmonizando ainda mais nossa convivência. Quem conhece o Aquiles pessoalmente sabe o quanto ele é palhaço. Sempre com um apelido (geralmente maldoso) na ponta da língua, uma piada, uma expressão nova que se torna uma epidemia na banda por um certo período. Muitas destas expressões se tornaram vocábulos de uma espécie de dicionário do Aquiles, e é quase impossível para as pessoas ao redor dele não aderir a elas. Sua energia então, é praticamente inesgotável. A qualquer hora do dia ou da noite, lá está o Aquiles fazendo zona no elevador, na van, no Hotel, no restaurante... Não há limites! Brincadeira de mão é com ele mesmo! Mas, uma vez que sua energia se esgota, vemos uma cara precisando de sono, e é exatamente o que ele faz: hiberna por horas, para acordar novamente renovado, atrás de algum bife com fritas, ou coisa que o valha.
No palco, sua exigência vai ao máximo. Tudo deve sair perfeito, e como raramente isso acontece, não é difícil conhecer o outro lado do Aquiles, mal-humorado e desgostoso. Sinceramente, nunca conheci ninguém que tivesse tamanho compromisso com a perfeição. Um simples detalhe pode acabar com o dia dele. Nessas horas, todo o seu conhecimento de gerente-de-marketing-de-empresa-multinacional lhe permite contornar as adversidades, e conseguir seu objetivo, seja como for.
Numa avaliação geral, o Aquiles é uma pessoa muito cheia de vida, que vive muito intensamente todos os aspectos da vida. Um marido e pai devotado e responsável, um amigo com o qual se pode contar a qualquer hora, um profissional exemplar. Um cara cheio de manias, com uma incrível capacidade de cativar, e gerar nas pessoas os mais diversos e antagônicos sentimentos. Simplesmente intenso, esse é o Aquiles.’’
Felipe Andreoli – Baixista Angra/ Karma
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"Fala Aquiles, Parabéns!!! Você merece!!! Espero que a sua seriedade, carisma, talento e persistência continuem sempre abrindo portas e lhe trazendo cada vez mais felicidade e sucesso. Grande abraço!!!"
Foto ilustrativa 
