domingo, 21 de dezembro de 2008

Aquiles envia notícias sobre a tour no Japão:

(Publicado em 09/02/2007)

Superação
Antes de relatar minhas experiências desses últimos dias pela Ásia, preciso voltar um pouco no tempo e falar do mês de janeiro, o mês que finalizamos o novo disco do Hangar.
Desde o dia 3 tínhamos em mente que deveríamos terminar todas as gravações e edições para poder mixar o disco na Alemanha, depois da parte européia da tour do Angra. Acho que nunca nas nossas vidas tivemos uma agenda tão apertada e com tanta coisa para fazer. Eu chegava ao estúdio por volta das 11:00h da manhã e até as 2:00h da tarde, ensaiava as minhas coisas que tocaria nos dois workshops que faria na China e no Japão. Logo em seguida, por volta das 14:15h, começávamos o ensaio com o Angra até às 17:00h. Lá pelas 16:00h, enquanto eu ainda ensaiava, o Heros ( técnico do estúdio e guitarrista do Korzus), já começava o trabalho final de edição das músicas e preparava-as para a mixagem, que serviria para mostrarmos para a gravadora do Japão antes de mixarmos definitivamente o material na Alemanha.

Essa parte do trabalho ia até as 23h00, quando o Nando começava a gravar e íamos até às 5:00 da manhã ou até alguém não agüentar mais, mas isso raramente acontecia. Sabíamos que tínhamos pouco tempo para terminar tudo e estávamos muito engajados para finalizar o trabalho. Essa agenda até que foi bem tranqüila perto do que fizemos na última semana e especialmente no último dia de trabalho que coincidiu com um show do Angra em São Caetano / SP (show que definitivamente vai ficar guardado por alguns acontecimentos).

Terminado o show, eu e o Fábio voltamos para o estúdio para finalizarmos a mixagem das 4 músicas escolhidas para a gravadora do Japão, também fazermos todos os backups e deixar o HD pronto para a mixagem. O Fábio conseguiu ir embora às 6:30h da manhã e o Nando às 8:30h, eu consegui sair do estúdio às 10:30h e ainda tinha que arrumar minha mala para estar no aeroporto às 17:00h. Logo que cheguei em casa, percebi que descansar ou dormir naquelas alturas não seria nada interessante, visto o tanto de coisas que eu deveria fazer...

A Viagem

Cheguei ao aeroporto de Guarulhos com bastante antecedência para poder registrar todo o equipamento que eu estava levando e já sabia que o vôo seria bom, pois eu estava bem cansado e realmente cairia aliviado numa poltrona com a sensação de dever cumprido. Acho que o mês foi intenso demais e demorou para eu perceber que aquela loucura tinha acabado e que era hora de relaxar e descansar um pouco.

Procurei pelo sono, cheguei a tentar conversar com ele, dizendo como seria bom reencontrá-lo depois de tanto tempo, mas de nada adiantou. Em seguida, peguei meu livro chamado “O Nome da Morte”, que conta a história de um matador profissional que catalogou quase 500 mortes em 35 anos de trabalho e que em 2006 resolveu se aposentar e contar a sua história que mostra uma realidade poucas vezes imaginada por nós e como nosso país esconde coisas realmente “cabulosas”. Faltavam umas 100 páginas para serem lidas e isso eu terminei no vôo até Frankfurt, Alemanha. Vale lembrar que esse livro serviu de inspiração para uma das últimas letras que escrevi para o novo disco do Hangar, onde o personagem conta sua historia de forma trágica até a hora do seu arrependimento total de uma vida cheia de distúrbios e sensações adversas. Tenho certeza que vocês irão gostar desse tema...

Chegando no Japão e indo para a China

Na segunda parte do vôo, consegui dormir bem. O vôo estava bem vazio e consegui deitar em três bancos e dormi com há muito tempo não dormia. Assim que cheguei ao aeroporto do Tokyo, ainda tinha mais uma etapa até Beijing, China, onde seria minha primeira parada para o primeiro workshop.

A expectativa estava grande, pois eu não tinha a mínima idéia do que esperar do público Chinês. Ainda no Aeroporto de Narita, encontrei o relações artísticas da Mapex (Miles Chen), que me acompanharia durante toda minha estada no seu País. Depois de quase 30 horas dentro de três aviões diferentes, chegamos ao aeroporto num frio de rachar até os pelos das pernas... Fazia tempo que eu não sentia tanto frio.
Miles, muito educado como sempre, me disse que os organizadores que foram nos buscar no aeroporto estavam muito felizes, pois os 250 ingressos do workshop já estavam esgotados e que iram me levar para jantar no melhor restaurante do país que tinha como especialidade PATOS. Achei que iríamos ao Outback (restaurante Australiano com franquias no mundo todo e que eu já sabia que a comida era muito boa), pois eu queria garantir que minha primeira refeição fora do Brasil fosse inesquecível... E realmente foi... No caminho, Miles ia me contando que muitas pessoas esperam até 6 meses para alugar uma mesa no restaurante e que muitas personalidades mundiais já estiveram lá e que agora não podíamos rejeitar a oferta, pois soaria muito deselegante da nossa parte. Nessas alturas o Outback já era passado e eu já estava feliz por comer um bom pato. No meio do frio tivemos que descer do carro, pois o acesso ao local era muito estreito e nenhum carro chegava lá... Conforme íamos andando comecei a sentir medo, muito medo.

Todas as cenas que eu estava vendo me levavam a crer que eu seria executado e que se existisse algum jantar, a comida seria eu!!! As ruelas me remetiam as favelas brasileiras e conforme íamos passando, os moradores iam saindo dos casebres para ver quem estava passando. Naquelas alturas, percebi que o Miles viu que eu estava um pouco assustado e tratou de me acalmar dizendo: - Não se preocupe, todos as pessoas que jantam aqui precisam fazer esse percurso. Assim que entramos no restaurante, fiquei pasmo com as fotos dos visitantes que já tinham passado por ali, tinha até uma foto do ex-presidente dos EUA, Ronald Reagan.

Mesmo assim o lugar era bastante estranho e me causava medo só de pensar na comida... Não deu outra, a garçonete começou a colocar um monte de sopas de gosmas, vegetais, pães e finalmente o pato em cima da mesa. Mal eu consegui comer o pato, imaginem as outras coisas... Outra coisa bem interessante era notar que eles percebiam que eu não estava muito à vontade e por isso me mostravam como preparar as misturas e como fazer para os pratos ficarem mais saborosos... Eu olhava aprendia e fazia de conta que estava comendo, eu não podia ser tão mal educado... Finalmente acontece algo que salva a minha noite... Um cara dá um baita de um arroto na mesa se orgulhando muito do volume. Em seguida todos os outros começam a fazer o mesmo.

Imediatamente cheguei à conclusão que aquilo demonstrava que estávamos satisfeitos e como bom amante e apreciador de uma boa coca-cola, soltei um belo arrotão num volume absurdo e todo mundo aplaudiu dizendo que finalmente eu havia adorado a comida... Legal tinha dado certo!!! Ficamos ali na mesa dando mais alguns arrotos e logo em seguida fomos embora no meio da névoa para o Hotel. Esqueci de dizer que o restaurante tinha cheiro de galinheiro...
Assim que chegamos ao hotel fiz de conta que subi no elevador e fugi às pressas no meio daquele frio todo em busca de um Mcdonalds... E finalmente foi a salvação. Comi e fui dormir numa bela cama king size. Outra coisa muito boa nessas viagens pela Ásia, é que todos os hotéis são 5 estrelas, por isso é sempre muito confortável e agradável voltar para o hotel.

No dia seguinte, fui visitar a fábrica das baterias Mapex. Fiquei perplexo com a quantidade de gente que trabalha lá e com o tamanho da fábrica. O Miles me explicou como funciona todo o processo de fabricação e disse que infelizmente não seria possível bater nenhuma foto dentro da fábrica. É uma pena eu não poder mostrar isso para vocês...

Depois da visita seguimos direto para o local onde seria realizado o workshop. Fiquei surpreso, pois parecia um front de batalha e todo o interior era assim.

Começamos a montar o equipamento e rapidamente tudo estava pronto para passar o som. Assim que começamos, o volume estava muito bom e rapidamente comecei a sentir um cheiro de queimado e o Miles veio me dizer brincando que meus bumbos tinham queimado os auto-falantes. Rapidamente foram trocados e em seguida as pessoas entraram. Não houve atraso e as pessoas estavam muito interessadas no primeiro workshop de bateria Heavy Metal do seu país. O Miles me falou que os outros workshops de outros artistas da Mapex como Greg Bissonete, Walfredo Reyes e Dom Formularo não tinham trazido nem a metade do meu público e ele se mostrou bem excitado com o evento em si, pois os chineses estavam bem participativos, pois dois bumbos era um assunto bem interessante para eles.

Fiz o workshop todo baseado em Freakeys e toquei duas músicas novas do Hangar já com o Nando Fernandes nos vocais, a galera foi do delírio... No meio disso tudo, mais uma vez me lembrei do mês de janeiro e de todo perrengue que havíamos passado... Então pensei: - Acho que valeu a pena!!!

Logo depois da sessão de autógrafos, o Miles me diz que uma revista chinesa de bateria chamada Modern Player estava lá para me entrevistar e que eu seria a capa deles no mês de março... A minha vontade era começar a gritar e pular como um bom macaco, mas me contive e falei que assim que terminasse os autógrafos, atenderia a revista. O editor da mesma me disse que junto com ela sempre vem um DVD e se eu poderia liberar duas músicas do workshop para eles... Prontamente liberei as duas do Hangar e fiz mais alguns exercícios demonstrando algumas das minhas melhores idéias.

A parte da minha viagem à China estava completa e após terminarmos tudo, finalmente me levaram para jantar no Outback.

Finalmente no Japão

Na manhã seguinte, fui para o Japão, onde me encontraria com os demais integrantes do Angra para dar início aos shows no Japão.

Por aqui tudo está indo bem. Já passamos por Tokyo, Osaka, Fukuoka, Nagoya, Hiroshima e agora estamos em Sapporo. Nós chegamos aqui bem na época do Festival da Neve de Sapporo e tem um monte de artistas mostrando sua arte no gelo. Essa noite fez aqui algo em torno de 5 graus abaixo de zero e fico só imaginando como deverá ser bom fazer o show nesse frio. O que mais me assusta, é que está apenas começando, pois ainda temos a Europa pela frente que também estará muito frio.

Desta vez estou conseguindo comer e dormir melhor que as outras vezes e quando no camarim não tem nada que me agrade, logo trato de preparar minha especialidade na cozinha: - Omelete. Geralmente o Fábio me acompanha, o restante da galera tem medo de gases...
Ah, ainda não falei dos shows, né? Na verdade tudo está indo muito bem e temos nos divertido muito por aqui, principalmente porque sempre conseguimos excelentes descontos numa grande rede de lojas de CD daqui chamada Disk Heaven!!! Mas... voltando aos shows, o público está comparecendo em massa e nessa tour estamos bem mais soltos que nas tours anteriores. Os caras do Blind Guardian são extremamente gentis e o Hansi é um perfeito gentleman!!! Estou certo de que essa tour trará excelentes resultados para a banda!!!

Vou tentar escrever com mais freqüência no Psychoforum Aquiles Priester. Lá vocês encontrarão um tópico aberto para esse fim, podem comentar e perguntar o que quiserem, ok?Um grande abraço e muita sorte para vocês!!!

Aquiles
------------------------------------------------------------------------------------------------------
Você pode conferir todas as fotos enviadas pelo Aquiles no PsychoForum.

Participem do Fórum Oficial Aquiles Priester:

Angra envia notícias aos fãs diretamente do Japão:

O Angra faz questão que os fãs brasileiros sejam os primeiros a saberem o que está acontecendo com a banda na estrada! Se você ainda não sabe, confira as notícias, em primeira mão, direto do Japão clicando aqui.

Fonte:
www.angra.net

O Site da Shred Cases já está no ar:

(Publicado em 06/02/2007)
A Shred Cases é uma fábrica que produz, de forma artesanal, uma série de cases, estojos e bags de couro para todos os tipos de instrumentos musicais.

Essa é a marca de cases que Aquiles Priester escolheu para levar sua batera.

Visite o site :
http://www.shredcases.com.br