Entrevista revista Batera 10.2004 - Por Mariana Souza

A parte instrumental de Temple Of Shadows foi muito bem trabalhada e está bastante refinada. E dois instrumentos, o baixo e a bateria, que no Rebirth estavam meio “escondidos” estão bem na cara nesse disco. Em que momento do processo isso foi decidido?
“Não precisei mais submeter meus arranjos à aprovação da banda, cada um ia fazendo suas partes, lógico que sempre pensando no contexto musical” Quando a banda estava começando a fazer as músicas novas, já tinha uma vaga idéia do que queria fazer. No Rebirth o grupo precisava mostrar que tinha voltado, que a essência do Angra estava mantida. Mas, ao mesmo tempo, não podia soar tão diferente dos discos anteriores. Por essa razão, eu me senti muito mais preso ao passado do Angra e não pude tocar exatamente como queria aquelas músicas. E também acredito que muita coisa dos arranjos que mostrei naquela época, não foi bem aproveitada. Ou na hora da mixagem as partes não ficaram exatamente como eu gostaria. No momento em que estávamos compondo esse disco, vimos o direcionamento que estávamos tomando. De certa forma, bem no início, a banda já sabia que precisaria fazer uma coisa nova. Foi uma surpresa para todo mundo quando pegamos a primeira demo pronta e o Dennis ( Ward, produtor ) ouviu as músicas. Ele comentou que parecia outra banda, com novas idéias, mas com a marca do Angra. Ele disse que seria mais difícil gravar aquele material porque teríamos de estar muito bem preparados. O Dennis percebeu também que queríamos fazer uma coisa mais pesada, com espaço para tudo. Por isso, dessa vez, nesse disco, toquei o que eu quis. Não precisei mais submeter meus arranjos à aprovação da banda, cada um ia fazendo suas partes, lógico que sempre pensando no contexto musical. Acabou saindo esse resultado fantástico que a banda conseguiu depois de quase um ano e meio, desde que começamos a trabalhar nas músicas.
Algumas faixas do novo disco transitam numa atmosfera mais progressiva. Esse tipo de mudança foi planejada ou aconteceu naturalmente?
“Muitas vezes perdíamos até quatro horas para tirar o som de um só tambor para conseguir o que eu queria” Uma coisa engraçada é que essas músicas ficaram mais curtas para o disco. Na versão demo, elas tinham muito mais viagem (risos). Fomos encurtando as partes.Arrumamos uma maneira de colocá-las no CD porque percebemos que aquilo era uma obra inteira. Se tirássemos alguma coisa, ia fazer falta. Uma faixa que retrata bem a nossa liberdade de expressão é a “Shadow Hunter”. Ela é progressiva ao extremo. O começo dela tem uma forte influência da música flamenca, e no meio uns coros meio Yes. Falando assim, parece impossível estar tudo na mesma música.Cada vez que escuto nosso novo CD, fico superfeliz pelo resultado inteiro".
A parte rítmica desse disco está, sem dúvida, muito valorizada. Como foi a sua preparação para essa gravação, que exigiu muito mais de você se comparado ao Rebirth ?
“Certamente esse foi o disco mais trabalhoso que já fiz em toda minha vida, e eu posso dizer que o som da bateria seguiu o conceito das músicas” A primeira música que pegamos para trabalhar foi “Angels and Demons”, que é a mais rápida. E a próxima foi “The Temple Of Hate”, que é a segunda mais rápida. Conforme eu ia pegando as composições, pensava na dificuldade de gravar o disco. Isso porque nem sempre a performance realizada ao vivo é satisfatória dentro do estúdio porque ali, um momento é registrado para sempre. Uma das coisas que me ajudou bastante em relação a Rebirth foi que, depois desse disco, posso dizer que sou outro baterista porque fiz mais de 130 shows, melhorei a minha pegada, a precisão, a resistência e agora tenho mais experiência em estúdio. Sei o que funciona ou não na hora de gravar.A princípio, tínhamos 14 dias para gravar a batera. Mas terminamos em sete. Outra coisa que fiz bem diferente em relação à gravação do Rebirth, foi que comecei pelas músicas mais difíceis. Isso me fez bem. Conforme os dias iam passando, eu sabia que o mais difícil já estava pronto. É bem natural que a cada dia que você grave, vá ficando mais cansado. Se deixar as mais rápidas e técnicas para o final, você vai penar mais".
Vocês pretendem lançar um DVD desse disco novo?
"Vamos gravar alguns shows ao vivo mas só no final da turnê, que é quando as músicas já estão mais “amaciadas” e também porque ainda não sabemos a reação das pessoas com relação às canções escolhidas para serem tocadas ao vivo. Com o tempo, o público já vai conhecer mais esse trabalho e vai participar mais nos shows. O nosso único DVD foi gravado na 18º apresentação da banda com a formação atual. Foi meio arriscado porque nunca tínhamos tocado juntos, e em tão pouco tempo o grupo já estava gravando o primeiro DVD. Fizemos alguns shows com as músicas de Temple... E foi demais, algumas coisas vazaram pela internet porque o disco foi lançado primeiro no Japão. Quando executamos essas canções, deu para perceber que o público quis ouvir com mais cuidado, queria ver exatamente o que estava rolando no palco. Na minha opinião esse CD vai elevar a banda um outro patamar porque como estamos há mais tempo juntos, soamos muito melhor. Naturalmente, depois de tanto tempo, individualmente cada um está tocando melhor tanto ao vivo como em estúdio. Se fosse usar uma palavra para definir o resultado desse trabalho, seria superação. Todo mundo, em todos os aspectos, conseguiu melhorar".
Pergunta: Como fez para aprender a tocar assim? Parecia que tinha uns 10 bumbos...
Aquiles: Eu fico sem graça quando as pessoas falam do meu desempenho. Geralmente, quando eu estou gravando, eu tenho uma idéia da música como um todo. Agora, as viradas, eu procuro criar na hora. Pelo fato de eu sempre ter estudado bastante técnica, ouvido muitos discos de batera técnica, a coisa flui. Pra mim é difícil tocar uma coisa reta. Para tocar ao vivo eu tenho que estudar na hora.
Pergunta: Vocês gostariam de fazer uma turnê com alguma banda em especial, com quem vocês nunca tocaram?
Aquiles: Seria muito legal fazer uma turnê com o Dream Theather. Ou Blind Guardian, que seria mais metal melódico. É lógico, tocar com Metallica e Iron será bacana.
Pergunta: Aquiles, você deixou o cabelo crescer naturalmente ou fez algum tipo de implante, sei lá!?!
Aquiles: Deixei crescer o cabelo mesmo. É tipo capim. Se você ficar encanando com ele... Eu só deixei ele crescer. Eu não fiz implante nenhum. Cresceu muito mesmo.
Pergunta: Que musico que você não conhece ainda, mas gostaria de conhecer pessoalmente?
Aquiles: Deen Castronovo. Esse cara é um sonho. O dia que eu conhecer ele, vou cair de costas.
Pergunta: Porque vocês não estão tocando músicas do Hunters and Pray nos shows?
Aquiles: A gente mudou o repertório nesses shows que a gente fez agora. No caso do Hunters, a gente não concluiu nada porque as duas músicas que a gente já tocava são parecidas com as novas.
Pergunta: E quanto ao seu trabalho no Hangar? Quando a banda vai gravar um álbum novo? E quando o Hangar vai vir a Belo Horizonte?
Aquiles: O Hangar já tem um disco inteiro pronto, as músicas estão bem legais. Eu me surpreendi bastante com o resultado. A gente compôs as músicas em fevereiro, eu tinha gravado com o Angra fazia um mês. Eu fiquei surpreso com a demo. As linhas de batera estão incríveis. O Fábio definitivamente se incorporou na banda. Esse disco vai ser muito legal, infinitamente superior ao anterior. A gente vai gravar em janeiro.
Um comentário:
[Ká Angels Cry] [nothingto_say@hotmail.com] [wwww.flogao.com.br/kangelscry]
Nosssa o Aquiles é uma simpatia né !! bjus Mi !! se cuida e mto obrigada pelo topico no forum do kiko...bjuss t adoro
20/01/2005 23:49
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[Michely]
O Samuel fez uma confusão sobre a origem da entrevista,mas agora ele já está esclarecido...Bjão Samuka!Tb to c/ muita saudade....
20/01/2005 22:09
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[Samuel sds] [alves.samuel@terra.com.br]
Oi Michely, pelo jeito você tá se dando muito bem com essas entrevistase na administração deste Blog, acho que você vai pedir pra cursar cadeiras de jornalismo na UFC, de química vai ser repórter, que mudança radical!!! Tem tudo a ver!!! rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs Viu!!! To morrendo de saudades, tá? Um grande beijo no coração!
20/01/2005 21:57
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[Klaus Kiefer]
O melhor da entrevista foi a explicação sobre o cabelo(rsrs).Beijos pra vocês.
20/01/2005 20:57
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[Bruna]
Aeeeeeeee, li a entrevista inteira! Poxa, muuuuito legal mesmo, pelo visto vai demorar um pokim pra gravação desse dvd rs...já que eh no fim da turnê! Nem um poko bobo, turnê com o Dream Theater, fodaaaa! Esse cara eh uma mákina! bjuuuuuu pras duas, o blog ta cada vez melhor! =)
20/01/2005 00:24
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