quinta-feira, 5 de março de 2009

Entrevista : Rodrigo “Bussano” Fantoni Por: Lui.

(Publicado em 10/07/2008)

Vida de Roadie!
No dia 21 de junho deste ano, a banda HANGAR fez um show magnífico em Maringá-PR; então resolvi fazer uma coisa que ninguém costuma fazer: Uma entrevista com o Roadie do Polvo, Rodrigo “Bussano” Fantoni. Cheguei mais cedo no local do show e, depois que a equipe chegou e descarregou tudo, o Bussano começou montar a Psychodrums. Rapidamente peguei meu caderninho com as perguntas e comecei a anotar tudo o que ele falava. Confiram aí!

Antes de qualquer coisa, identifique-se!!!!
Rodrigo “Bussano” Fantoni

Quando você começou a trabalhar de roadie com o Aquiles?
Eu tocava em uma banda cujo batera era amigo do Aquiles, Certo dia o Angra precisou de um roadie e lá fui eu... puta sorte, não?!

Mas você já havia sido roadie antes?
Não, a primeira vez foi com o Angra mesmo.

Quanto tempo você demora pra montar toda batera?
Cara, dependendo do lugar, levo 1h20 ou 1h30, mas a média de montagem é 1h20 mesmo.

O que você monta primeiro e por quê?
Primeiro é o rack, porque é a estrutura, o “esqueleto”; sem o rack não tem como montar nada. Tudo está no rack, e tudo marcado, pois ele é o suporte, né?! Como o Aquiles não trabalha com pedestal, tem que ser o rack.

As peles, pratos, baquetas, rack, duram quanto tempo, em média?
Esse rack já tem oito meses e nunca deu problema, nada espanou. Se bem cuidado dura muito. Já a média de duração dos pratos é indefinida. Às vezes um prato pode pertencer a uma linha de produção que não foi das melhores, entende? Ou então o próprio material não é do melhor. Enfim, varia um pouco. As peles duram uns dez shows, mas também dependem muito de como o Aquiles as usa. Já a baqueta também pode vir com pequenos defeitos, como um “nó” na madeira, e na primeira porrada pode quebrar; mas essa baqueta (pro-mark) dura até uns três shows, com 5 pares, se a baqueta não tiver com muita frescura! (risos)

Por que o Aquiles inverteu o rack colocando os pratos para cima e os tambores embaixo?
Desde que eu conheço o Aquiles, ele já usava o rack, o qual facilita e agiliza a montagem por estar tudo marcado, e a questão de inverter foi pelo visual, pois agora o rack tem dois andares: o andar dos tambores, onde vão alguns pratos; e o segundo andar, onde estão só os pratos e os overs. Foi mais por uma questão de visual, mesmo, que ele pediu para o pessoal da Gibraltar mandar um rack mais irado!

Qual é o problema mais freqüente que acontece com você em um show?
Na verdade, o mais chato são as baquetas, porque sem elas ele não toca! (risos) Se um pedestal de prato quebrar-se, o que já aconteceu, é só trocá-lo, porque ele pode tocar uma ou duas músicas sem o prato. Mas se for um prato que ele usa muito, aí ele vai “passar batido”, como já passou! (risos). Com as baquetas o problema é maior, pois como o Aquiles usa o grip para não escorregar e os esparadrapos para não fazer bolhas, o esparadrapo acaba zoando o grip, e quando isso acontece passam umas duas músicas, até que o grip seja invertido para poder tocar mais duas músicas; então a cada quatro, ou até cinco músicas, se a baqueta não foi quebrada (risos), tem que ir lá inverter e trocar o grip.

Você sofre muito com as “joselitagens” do Aquiles?
(risos). Às vezes sim, quando eu estou de bom humor eu até agüento, mas caso contrário eu prefiro sair de perto e deixar ele se f...! (risos)

E a historia do ônibus do Paraguai?
O busão voltando do Paraguai? Ah cara! Imagina você trabalhando o dia inteiro, se fodendo, um calor absurdo, então você acaba o show, desmonta todas as coisas e fica esperando o caminhão que levaria o equipamento para a rodoviária, porque não havia o trailer, nem nada, pois fomos de busão. Aí você espera esse caminhão por uma hora, e nada! Sozinho, no meio da rua, em um país que você não conhece, sem ter noção de onde você está! E mais: não tinha hotel, não tinha nada, bem punk! (risos). Então eu cheguei na rodo às cinco da manhã, sem dormir, peguei o busão às seis, e dentro dele foi o único momento que você tive para dormir!

Depois de duas horas de viagem, eu tinha apagado e tudo parecia tranqüilo, até que o motorista liga o som com uma música latina insuportável, e o alto-falante do ônibus na minha cabeça. Aí eu fiquei possesso! Não teve como não ficar puto! Quando acordei, me dei conta de que o busão estava lotado, e o pior, não só de gente, mas também de galinha, cahorro... porque o motora para no meio da estrada e a galera que sobe é clandestina, e quem ganha com isso é o motora. Então em uma das paradas, eu já não agüentava mais o som e abri a janela aberta, pois estava um puta calor (e o ar condicionado ligado). Logo o ajudante do motorista veio gritando: “ceja ventana”! E eu mandei o louco desligar o som. Após mais um tempo ele voltou: “La ventana!” Foi nessa hora que meu espanhol teve que voar (risos): virei para o louco e gritei: “abaja sonido , que yo cejo na ventana”. Por fim, fiquei sem dormir, sem tomar banho... ninguém merece!

Lui e Bussano

É isso aí galera! Espero que tenham gostado da entrevista cedida pelo simpático Rodrigo “Bussano” Fantoni, que me atendeu muito bem e respondeu prontamente as minhas perguntas!
Valeu Bussano!! E parabéns pelo seu trabalho!!
Forte abraço a todos!
PAZ!

LUI

Um comentário:

Equipe APP disse...

[Má Dickinson]
Parabens pela entrevista!!!
16/07/2008 07:42
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[Michely]
Parabéns pela entrevista Lui. Pri, valeu por encaminhá-la. Bjuss!!!
13/07/2008 10:56
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[David Matheus]
Vida longa aos Roadies... Pra galera que quer relembrar ou pra galera que conheçou o blog há pouco tempo, nos posts passados aqui tem uma entrevista que eu fiz com o Marquinhos Limone que durante muitos anos também trabalhou com o Aquiles. Parabéns pela entrevista, Lui
11/07/2008 14:16
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[Netto Cambiaghi] [www.projetomusicatotal.com]
Porra, acabou já?! hahahahahahahahahahaha Engraçado demais!!!
10/07/2008 21:57